João narra um dos momentos mais críticos do ministério de Jesus, no capítulo 10. A sua mensagem faz uma analogia a uma das funções mais comuns dentre os Judeus da sua época: O pastoreio das ovelhas.
Jesus estava em Jerusalém na celebração da festa das Luzes ou da Dedicação (Hanukkah) que celebrava a nova dedicação do templo. Não era considerada uma festa muito importante. As festas da Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, foram ordenadas por Deus. Entretanto os Judeus a celebravam pois marcava um reinício. Era comemorada por volta do dia 25 de dezembro, em nosso calendário e tinha como objetivo recordar a chamada “Revolta dos Macabeus”, referindo-se a uma família, que ficou conhecida como a família dos Macabeus, que liderou uma insurgência contra Antíoco IV Epifânio, Rei da Síria, que subjugava Israel e a libertação da Nação. Quando expulsaram o exército sírio, os judeus purificaram o templo e voltaram a dedicá-lo a Deus, no dia 25 do mês de Kislev.
Era inverno. A noite, as famílias acendiam velas, simbolizando a restauração da adoração a Deus e a purificação do templo. As luzes tanto iluminavam, quanto aqueciam.
Jesus faz a analogia, colocando-se como o “Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas”. Até aí, os judeus que perseguiam Jesus, não se incomodaram tanto. Mas quando Jesus afirma aos seus contrários, que era Deus e que Ele e o Pai são um, os ânimos se afloraram e tentaram apedrejar e prender Jesus.
O que me chama a atenção no texto, é o fato de Jesus retornar para o local do início do seu ministério. Ele decidiu deixar os incrédulos e retornar à Peréia, lugar onde João Batista pregava e batizava. Ficou por volta de dois meses, até a aproximação da festa da Páscoa. O capítulo 10 termina com a linda afirmação que “… ali muitos creram em Jesus” (v. 42).
O testemunho de João Batista sobre Jesus, fez com que o povo daquele lugar reconhecesse a Jesus como o Messias prometido.
Querido amigo pastor. Qualquer afirmação que eu faça sobre a intensão de Jesus em voltar para o lugar do início do seu ministério seria pura especulação. Entretanto não tem como deixar de aplicar este “movimento” do Senhor, ao ministério pastoral.
Vivemos um momento crítico na igreja. Não estou olhando só para o nosso “quintal”, mas para o contexto do Brasil. Existe uma imensidão de “ofertas” nas redes sociais. Você pode comprar treinamento para pequenos grupos, para discipulado e de curso de batismo. Softwares que garantem fidelização de membresia, aumento de arrecadação, controle de visitantes e tantas outras promessas.
Modelos de igrejas crescentes e sustentáveis tem sido oferecido aos montes. Alguns tem dividido opiniões e igrejas. Outros oferecem mentoria, acompanhamento, plantão de dúvidas e outros benefícios, mediante um singelo pagamento de mensalidade.
Conheço alguns destes. A maioria deles provém de igrejas sérias, de pastores que desenvolveram em sistema de crescimento nas suas comunidades e o compartilham com intuito de abençoar outros colegas. Eu não me oponho à maioria deles, desde que a identidade da nossa igreja não seja comprometida.
Se você quer pintar a parede da igreja de preto, se quer se espelhar em modelos de recepção de membros e visitantes usando pessoas, placas, faixas, músicas etc., desde que a liturgia seja saudável e a palavra de Deus seja pregada de forma séria e as bases doutrinárias, teológicas e administrativas da Igreja do Nazareno não sejam mudadas, tudo bem.
Porém, gostaria que você refletisse se tudo isso vale mesmo a pena. Se todo esforço gasto nestes projetos, não o levará a ter muito movimento e pouco “rendimento” de vidas à Jesus.
Às vezes, a melhor estratégia e voltar ao início, ao começo, às práticas iniciais. O velho Salomão já dizia que “não há nada de novo debaixo do sol” (Ec 1:9).
Sim, no início onde o pouco era muito; o menos era mais; e o simples era o melhor.
Nestes dias estava lendo sobre o minimalismo e guardadas as devidas proporções deste movimento que vem da arte, algumas frases me fizeram pensar.
Eu finalizo este devocional com algumas delas:
- Menos coisas, mais espaço;
- Menos distrações, mais tempo;
- Menos compromissos, mais disponibilidade;
- Menos projetos, mais produtividade;
- Menos tralhas, mais coisas que são realmente importantes.
Deus abençoe a sua vida e ministério.