Você será promovido! Esta é uma das frases que todo colaborador assalariado espera ouvir uma vez na vida, pois carrega em si mesma, alguns benefícios objetivos e subjetivos.
Os benefícios objetivos podem ser: aumento de salário, mudança de escritório para ocupar a cadeira do chefe antecessor, maior alçada decisões importantes, novas responsabilidades, visibilidade, dentre outras.
Já os subjetivos, podem apontar para um maior “status” dentre os colegas de trabalho, sentimentos de valorização, reconhecimento da família, respeito etc.
Porém, mesmo dentro das grandes corporações, a promoção pode ser um “tiro no pé”. E as razões vão desde o despreparo técnico, emocional e de princípios básicos de liderança, até a intenção (as vezes não tão boas) daqueles que o promoveram.
Os Judeus simpatizantes queriam “promover” Jesus. A ideia era de se insurgirem contra Roma e proclamarem Jesus como Rei.
Analisando o contexto, essa “boa” atitude vinha antecedida da experiência milagrosa da multiplicação dos pães.
Segundo o comentário Moody: “… Tal movimento expressaria imediatamente a sua gratidão pelo milagre e garantia a canalização do poder de operar maravilhas de Jesus para as necessidades da nação, tanto econômicas como militares. A expectativa popular do Messias estava para ser expressa de maneira dramática…”.
Jesus, sabendo da arapuca armada, saiu solitariamente para o monte.
Na igreja, infelizmente, tenho visto a reprodução dos mesmos problemas encontrados nas promoções corporativas. Excelentes líderes, sendo promovidos ao ministério, para se tornarem pastores medíocres. Pastores auxiliares, almejando a titularidade a qualquer custo, caindo no ostracismo e frustração. Articulações políticas para galgar cargos de expressão e visibilidade. E tantas outras motivações que poderia descrever. Mas para não pecar, vou parar por aqui.
Jesus nunca estabeleceu qualquer estrutura eclesiástica. Ele sabia que o seu Reino sofreria com este conceito mundano. Diante do pedido da mãe de Tiago e João, sobre “promovê-los” dentre os demais apóstolos, colocando um à direita e outro à esquerda (Mt. 21:21), Jesus respondeu: “… Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo…”.
Mas, infelizmente, ela foi necessária para organizar a igreja emergente. Quando os apóstolos não estavam dando conta do trabalho, resolveram eleger diáconos. E tem um versículo que mostra como o ser humano gosta de hierarquia: “Tal proposta agradou a todos…”, (At. 5a).
Guarde bem o que vou dizer: “A ESTRUTURA ECLESIÁSTICA É MUNDANA”. Isso mesmo! Não pense que Deus santifica estruturas. Ele santifica pessoas. E dentro da “estrutura” tem pessoas santas e outras não! Mas pastor, você é Superintendente e está escrevendo isso”? Pois é. Eu estou nesta estrutura, mas ela não está em mim. Eu SOU pastor, chamado por Jesus e ESTOU como Superintendente.
Os cargos cegam as pessoas. Mudam os crentes. Transformam santos em demônios. Quem tem cargo, quer mais cargo. Eu sei de pastores que sonham com cargos de liderança na denominação. Cuidado. O único chamado de Jesus é para servi-lo. A igreja foi criada para o desenvolvimento do Reino de Deus. Ela não é um fim em si mesma. Quer ler de novo? “Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo”, Mt 20:26 e 27.
Quem é verdadeiramente chamado por Jesus para servir, não irá se importar com cargos, licença ou ordenação. Quem quer, de fato, servir não precisa estar debaixo (ou em cima) da estrutura eclesiástica.
Portanto, querido amigo pastor, a escolha de cargos é humana. Ore muito a Jesus e peça diversas confirmações, antes de aceitar um cargo. Talvez, a sua melhor escolha seja a de Jesus: “… retirou-se novamente sozinho para o monte”.
Sabem quem são os melhores líderes eclesiásticos? Aqueles que não querem estar lá!
Deus abençoe a sua semana.